Ismael Biegelmeier

Meu nome é Ismael Biegelmeier. Nasci em 8 de janeiro de 1979 na cidade de Carazinho, interior do Rio Grande do Sul. Desde bem pequeno o contato com o campo e os familiares envolvidos com pescarias e caçadas me fez sempre ver a importância de uma boa faca na vida de um homem.

Quem é que não adora cortar um bom pedaço de carne com uma faca de respeito!

Quando ainda criança, já na cidade de Feliz/RS, na Escola eram permitidos ‘faquinhas’ para apontar o lápis. Foi aí a minha primeira aventura como Cuteleiro, pois eu fazia as minhas faquinhas com a lâmina do apontador de lápis ou giletes usadas. Pegava essas lâminas e o caninho de uma caneta bic e aquecia com um fósforo até ficar mole, então prendia a lâmina e afiava bem com uma pedrinha de meu Pai. O resultado era que até os professores pediam emprestado, para apontar seus lápis!

Quando Escoteiro, nos acampamentos a faca mais afiada era sempre a minha, e até me aventurava a tentar ensinar como afiar uma faca, mas sem saber muito como explicar. Apenas sabia afiar!

Em Janeiro de 2006, eu estava buscando uma alternativa para minha vida profissional. Desempregado e sem dinheiro fiquei pensando em como ganhar uns ‘pilas’..... Foi aí que me deu um estalo! “Vou fazer umas facas”

Sempre que eu via um serrote traçador ou uma lâmina de serra-fita eu imaginava ‘quanta faca poderia fazer ‘, e foi isso que eu fiz!! Arranjei R$ 108,00 para comprar um moto-esmeril e com mais R$ 18,00 investidos numa tábua de guajuvira eu já estava no caminho! Fui até uma serraria e pedi por uma serra velha, que para minha surpresa fui presenteado com duas!

Bom, matéria prima eu já tinha. Mas conhecimento, quase nada! Mas me aventurei no desconhecido e no início de fevereiro fiz minha primeira Faca. Minha 1° oficina foi uma laranjeira, isso mesmo uma laranjeira para sombra, uma mesinha e um balcão com o esmeril. Eu cortava as lâminas com um disco de corte adaptado no esmeril, onde tinha uma mangueira de agua presa (não preciso dizer que eu ficava preto como carvão após um dia de trabalho) na primeira semana de trabalho eu produzi 12 facas muito simples, mas cortavam! Essas foram vendidas de porta em porta em uma cidade vizinha, e somaram o montante de R$ 206,00. Pensem num cara Feliz!!

Aí a coisa começou a andar e comecei a produzir sozinho, quantidades maiores, chegando a 60 facas por semana (nessa mesma época passei no vestibular para Direito, mas felizmente desisti da Faculdade).Todas feitas com serras antigas, cortadas e desbastadas. Pensava em colocar uma Marca em minhas facas, mas qual? Em Homenagem a meu querido Pai, ‘batizei’ minhas facas de ‘Facas PACA’. Quando jovem meu Pai (Seu Romano) tinha o Apelido de ‘Backstein’ (tijolo, em alemão) por ser muito durão no futebol. O ‘backstein’ passou a ser ‘Back’, que passou a ser PACA! Agora, já com marca fui me equipando, construí um pequeno galpão 4x5 (agora com telhado de verdade) e aprendendo a cutelaria sozinho, sem internet, sem ninguém!

Após uns 3 anos comecei a forjar algumas peças e passei a assiná-las I.Biegelmeier. Felizmente após muito esforço, hoje me orgulho de ter estado em feiras no Exterior e nas melhores Feiras de Cutelaria do Brasil, sendo detentor de vários prêmios. Minhas facas estão em vários países da Europa e Américas. Acredito que estou pronto para Atendê-lo!